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Foto do escritorMilene Scotti

Entendendo a ansiedade, sintomas e tratamentos

Atualizado: 21 de nov. de 2019

O que é Ansiedade?

É uma emoção normal do ser humano quando enfrenta problemas no trabalho, antes de uma prova ou até mesmo diante de decisões difíceis do dia a dia. No entanto, a ansiedade excessiva pode se tornar uma doença, ou melhor, um distúrbio. 


Pessoas que sofrem de distúrbios de ansiedade sentem preocupação e medos extremos em situações simples, além de sintomas físicos, o que atrapalha suas atividades diárias, já que eles são difíceis de controlar.


Hoje em dia, os distúrbios de ansiedade já são tratados.


Vamos falar melhor sobre eles: os tipos, causas, sintomas, diagnóstico, tratamentos e formas de conviver melhor com o problema. 


Relação entre medo e ansiedade;


A ansiedade é algo muito próximo da preocupação. E preocupação nada mais é do que um aspecto do medo, um temor de que as coisas não saiam como nós gostaríamos. Todos esses componentes são necessários para a nossa evolução e sobrevivência; o que não pode ocorrer é um exagero de qualquer um deles.


O tempo prolongado de ansiedade (a chamada ansiedade crônica), aumenta o nível de tensão e o estresse interno e pode levar ao surgimento do medo específico ou até mesmo irreal.


A ansiedade é, basicamente, uma resposta do corpo vinda do sistema nervoso autônomo, que age independente do nosso pensamento racional, como um reflexo.


Ele tem a porção simpática, que tem reações de resposta ao estresse, preparando o corpo para fugir ou lutar em uma situação de perigo.


Isso ocorre com a liberação de adrenalina, que causa reações como:


Acelerar os batimentos cardíacos e contrair os vasos sanguíneos, para levar o sangue mais rapidamente,


Dilatar os brônquios, para aumentar a respiração e o consumo de oxigênio,


Diminuir a motilidade do intestino, para guardar energia para outras ações,


Dilatar as pupilas, para melhorar a visão mesmo em pouca luz,


Aumentar a liberação da glicose no sangue, para dar mais energia às células.


A liberação do cortisol também ocorre neste processo, o que traz alguns outros impactos ao corpo, como aumento da gordura corporal, inibição do muco da parede gástrica e trazendo fadiga ao cérebro).


Sintomas de Ansiedade;


A ansiedade e seus transtornos podem causar sintomas tanto mentais quanto físicos, que atrapalham o dia a dia em diversas formas. Veja quais são:


Sintomas psicológicos da ansiedade,


Constante tensão ou nervosismo,


Sensação de que algo ruim vai acontecer,


Problemas de concentração,


Medo constante,


Descontrole sobre os pensamentos, principalmente dificuldade em esquecer o objeto de tensão,


Preocupação exagerada em comparação com a realidade,


Problemas para dormir,


Irritabilidade,


Agitação de braços e pernas.


Sintomas físicos da ansiedade;


Dor ou aperto no peito e aumento das batidas do coração,


Respiração ofegante ou falta de ar,


Aumento do suor,


Tremores nas mãos ou outras partes do corpo,


Sensação de fraqueza ou cansaço,


Boca seca,


Mãos e pés frios ou suados,


Náusea,


Tensão muscular,


Dor de barriga ou diarreia.


 Ataques de pânico;



É uma reação comum aos transtornos de ansiedade, principalmente na síndrome do pânico. Suas principais

características são:


Sensação de nervosismo e pânico incontroláveis,


Sensação de morte,


Aumento da respiração,


Aumento da frequência cardíaca,


Tonturas e vertigens,


Problemas gastrointestinais.


Em alguns casos, os sintomas físicos são tão intensos que podem ser confundidos com doenças como infarto e outros eventos cardiovasculares. 


Relação entre ansiedade e depressão;


Muitas pessoas acreditam que ansiedade e depressão são quadros opostos, mas, não, eles têm sintomas muito semelhantes, inclusive:


Medos,


Insônia,


Insegurança,


Dificuldades de concentração,


Irritabilidade.


Percebendo isso, nota-se que elas ocorrem juntas.


Um estudo mostra que diagnóstico de depressão passa para a ansiedade em 2% dos casos, enquanto os casos de ansiedade se tornam depressão em 24%, esse estudo é chamado de Kendell.


Uma explicação para isso é que os pensamentos negativos que os ansiosos têm sobre si mesmo podem ser gatilhos para a depressão.


Grande parte das pessoas com transtornos de ansiedade evitam as situações que podem desencadear sintomas e, com isso, passam a viver de forma muito restrita, tais como: não sair de casa sozinho, participar de encontros e outros eventos sociais, ficar preocupado com tudo, sem fazer nada e por aí vai. Quanto mais a ansiedade abala a vida de uma pessoa, maior a chance de ela ficar deprimida.


Por fim, tanto a ansiedade quanto à depressão, costumam estarem ligadas a disfunção de neurotransmissores, chamado monoaminas, que englobam a serotonina. 


Tipos;


Existem diversos tipos de distúrbios de ansiedade. Os mais comuns são: 


Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)


O transtorno de ansiedade generalizada (conhecido pela sigla TAG) ocorre quando a ansiedade persiste por longos períodos de tempo e passa a interferir nas atividades do dia a dia. O principal sintoma do quadro é a “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”. Saiba tudo sobre o transtorno de ansiedade generalizada aqui. 


Síndrome do pânico;

A síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente.


Quem sofre da síndrome do pânico sofre crises de medo agudo de modo recorrente e inesperado. Além disso, as crises são seguidas de preocupação persistente com a possibilidade de ter novos ataques e com as consequências desses ataques, seja dificultando a rotina do dia a dia, seja por medo de perder o controle, enlouquecer ou ter um ataque no coração. Saiba tudo sobre a síndrome do pânico aqui. 


Fobia social;


Esse distúrbio é caracterizado pelo extremo desconforto e pavor com situações sociais como ambientes novos, desconhecidos e cheios de pessoas estranhas; encontros sociais; falar em público; e outras situações do tipo.


São pessoas que ficam apavoradas com a ideia de ir a uma festa ou a qualquer outro evento social, pessoas que, de tanto medo que sentem, muitas vezes chegam ao ponto de evitar todo e qualquer tipo de contato social. Esse comportamento é característico de um distúrbio conhecido popularmente como fobia social, ou transtorno da ansiedade social. Saiba tudo sobre a fobia social aqui. 


Fobias específicas;


A fobia é um medo persistente e irracional de um determinado objeto, animal, atividade ou situação que represente pouco ou nenhum perigo real, mas que, mesmo assim, provoca ansiedade extrema.


A fobia não segue uma lógica propriamente dita, e a ansiedade nesses casos é incoerente com o perigo real que aquilo representa.


Existem diversos tipos, tais como:


Claustrofobia - medo de lugares fechados


Aracnofobia - medo de aranhas


Agorafobia - medo de ficar sozinho em lugares amplos ou públicos


Acrofobia - medo de altura


Aicmofobia - medo de agulhas


Catsaridafobia - medo de barata


Coulrofobia - medo de palhaços. 


Transtorno obsessivo compulsivo (TOC);


O transtorno obsessivo-compulsivo, conhecido popularmente pela sigla TOC, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade. Sua principal característica é a presença de crises recorrentes de pensamentos obsessivos, intrusivos e em alguns casos comportamentos compulsivos e repetitivos.


Analogicamente falando, uma pessoa com TOC é como um disco riscado, que repete sempre o mesmo ponto daquilo que está gravado. Pacientes com este transtorno sofrem com imagens e pensamentos que os invadem insistentemente e, muitas vezes, sem que consiga controlá-los ou bloqueá-los. Para essas pessoas, a única forma de controlar esses pensamentos e aliviar ansiedade que eles provocam é por meio de rituais repetitivos, que podem muitas vezes ocupar o dia inteiro e trazer consequências negativas na vida social, profissional e pessoal.  


Transtorno de estresse pós-traumático;


O transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) pode ser definido como um distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais. Esse quadro ocorre devido à pessoa ter sido vítima ou testemunha de atos violentos ou de situações traumáticas que representaram ameaça à sua vida ou à vida de terceiros. Quando ele se recorda do fato, revive o episódio como se estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento vivido na primeira vez. Essa recordação, conhecida como revivescência, desencadeia alterações neurofisiológicas e mentais.  


Causas


Não se sabe ao certo por que algumas pessoas são mais propensas à ansiedade descontrolada do que outras. Alguns dos fatores que podem estar envolvidos nisso são:


Genética, ou seja, histórico familiar de transtornos de ansiedade,


Ambiente, por exemplo passar por algum evento traumático ou estressante,


Mentalidade ou modelo de pensamento, ou seja, a forma como a pessoa estrutura seus pensamentos ou linhas de raciocínio e, consequentemente, encara as situações do dia a dia,


Doenças físicas.


Entre as doenças físicas que podem estar relacionadas à ansiedade, encontramos:


Problemas cardiovasculares, como as arritmias cardíacas,


Doenças hormonais, como hipertireoidismo ou o hiperadrenocorticismo (aumento de atividade da glândula adrenal),


Problemas respiratórios, como o DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica),


Dores crônicas,


Abuso de drogas, álcool ou medicações como os benzodiazepínicos.


Até mesmo eventos como concussões, tumores cerebrais, excesso de cortisol pelo corpo e infecções por bactérias chamadas estreptococos podem se assemelhar à ansiedade.


Por isso é importante buscar um psiquiatra para que ele pesquise se não há causas físicas por trás de seu problema de ansiedade, 


Fatores de risco;


Algumas pessoas são mais propensas a terem distúrbios de ansiedade. Os principais fatores de risco são:


Eventos traumáticos na infância ou mesmo vida adulta,


Estresse relacionado a doenças físicas sérias,


Acúmulo de estresse,


Tipo de personalidade, já que algumas pessoas tem uma personalidade naturalmente ansiosa, como os perfeccionistas e os controladores,


Abuso de substâncias, como álcool, cigarro e drogas ilícitas.


Tratamento e Cuidados:


Tratamento de Ansiedade,


Caso a ansiedade excessiva esteja relacionada a uma doença física, seu tratamento adequado já trará alívio dos sintomas. 


Diagnóstico e Exames;


Na consulta médica,


Especialistas que podem diagnosticar a ansiedade são:


Clínico geral,


Psiquiatra,


Psicólogo.


Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:


Fazer uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram,


Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade,


Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.


O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:


Quais são seus sintomas e o quão severos eles são?


Como estes sintomas impactam no seu dia a dia?


Você já teve um ataque de pânico?


Você costuma evitar situações que te deixam ansioso?


Seus sentimentos de ansiedade são ocasionais ou contínuos?


Quando você começou a notar que estava muito ansioso?


O que parece aumentar sua ansiedade?


Você já passou por alguma experiência traumática?


Você tem ou já teve outras condições de saúde física ou mental?


Você usa algum medicamento?


Você tem histórico familiar de ansiedade?


Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para ansiedade, algumas perguntas básicas incluem:


Qual é a causa mais provável para minha ansiedade?


Existem outros fatores que podem estar piorando minha ansiedade?


Eu preciso ver outro médico ou um psicólogo?


Que tipo de terapia pode me ajudar?


Medicamentos podem me ajudar?


Posso fazer algum tipo de terapia complementar?


Além do tratamento, o que posso fazer para ajudar a reduzir a ansiedade?


Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta. 


Diagnóstico de Ansiedade;


O profissional começará investigando se há alguma causa física para sua ansiedade excessiva. Enquanto isso, ele também terá uma conversa para fazer uma análise e entender que condições podem estar levando você a ter essa ansiedade exagerada.


Existem alguns “marcadores biológicos” que também podem estar ligados à ansiedade, como a dosagem de cortisol (um hormônio importante no estresse), alterações de glicemia ou dos hormônios sexuais, entre outros.


Caso o médico não identifique causas físicas, ele pode comparar seus sintomas com o Manual Diagnóstico e


Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) para entender qual é seu quadro.


Exames;


Para excluir a possibilidade de doenças físicas, podem ser pedidos exames como:


Exames de sangue; Exames da tireoide; Exame físico durante a consulta. 


Somente um médico pode dizer qual o remédio mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do remédio sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.


15 dicas práticas para controlar a ansiedade:

Pratique atividades físicas,

Reduza seu estresse diário,

Experimente controlar a respiração,

Evite pensamentos negativos,

Invista em alimentos com triptofano,

Tome um chá,

Mantenha foco de atenção no presente,

Seja mais organizado,

Esteja com quem você ama,

Dedique tempo para se cuidar,

Cuide dos seus pensamentos para sorrir mais,

Confie mais em si mesmo,

Desenvolva congruência,

Fortaleça o autoconhecimento,

Cuide bem do seu momento antes de dormir.



Alimentos que reduzem a ansiedade;


Frutas cítricas: a vitamina C, presente nas frutas cítricas, diminui a secreção de cortisol, hormônio liberado pela glândula em resposta ao estresse,


Leite, ovos e derivados magros: ótimas fontes de um tipo de aminoácido, o triptofano, que alivia os sintomas de ansiedade.


Carboidratos: o nutriente eleva o nível de açúcar no sangue, dando energia, bem-estar e disposição.


Banana: tem alto teor de triptofano que a fruta carrega, ajudando na produção de serotonina.


Carnes e peixes: eles são a melhor fonte natural de triptofano, aminoácido que em conjunto com a vitamina B3 e o magnésio produzem serotonina. Além disso, contêm outro aminoácido chamado taurina, que disponibilidade de um neurotransmissor chamado GABA, que o organismo usa para controlar fisiologicamente a ansiedade.


Chocolate: é rico em flavonoides, um tipo de antioxidante que favorece a produção de serotonina.


Espinafre: contém folato (ácido fólico), que é uma potente vitamina antidepressiva natural, pois quando está em baixas concentrações no organismo também diminui os níveis cerebrais de serotonina.


O que fazer durante uma crise de ansiedade?


É muito importante não tentar lutar contra o pânico, pois este não é um mecanismo consciente, ele é decorrente de mecanismos automáticos cerebrais localizados em regiões automáticas ou não conscientes. Faz parte de um complexo sistema de defesa do organismo.


A pessoa pode tomar algumas ações:


Recorrer a técnicas de relaxamento, como meditação ou preces, por exemplo;


Usar qualquer técnica de distração como uma conversa suave, música suave, palavras que acalmem, massagem em regiões do corpo que produzem relaxamento,


Controlar da respiração. 


Existem diversos aplicativos que ajudam a controlar a ansiedade. Veja alguns a seguir, sempre lembrando que eles não substituem um bom acompanhamento psiquiátrico ou uma boa psicoterapia.

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